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quarta-feira, abril 23, 2014

Assassinato do jornalista Décio Sá completa dois anos

Somente dois dos 11 acusados de participar da trama que resultou na morte do jornalista Décio Sá, assassinado a tiros na Avenida Litorânea há exatos dois anos, foram julgados até agora. O assassino confesso, Jhonathan de Sousa Silva, e o homem que pilotava a motocicleta que deu transporte ao pistoleiro, Marcos Bruno Silva, foram condenados a 25 anos e três meses e 18 anos e três meses de prisão em regime fechado, respectivamente, em fevereiro deste ano (leia a íntegra da sentença).
condenação veio em fevereiro deste ano, após dois dias de sessão na 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum de São Luís. Jhonathan cumpre pena na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) e ainda vai responder a processo pelo assassinato do empresário Fábio Brasil, o Júnior Foca. Já Marcos Bruno Silva cumpre pena no Presídio São Luís I, do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Segundo a Justiça, ele também responde processo por falsidade ideológica.
Ainda falta ser julgados Shirliano de Oliveira, o Balão (foragido), acusado de auxiliar o assassino a planejar o crime; José Raimundo Sales Chaves júnior, o Júnior Bolinha (preso no Centro de Triagem do Complexo Penitenciário de Pedrinhas), acusado de intermediar a contratação do pistoleiro; os policiais Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros (em liberdade), acusados de participar de reuniões para tratar do assassinato de Décio Sá; Elker Farias Veloso, acusado de auxiliar o assassino e a quadrilha no assassinato de Décio Sá (preso em um presídio estadual em Contagem, MG); o capitão da PM, Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita (em liberdade), acusado de fornecer a arma do crime; Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Bochecha (em liberdade), acusado de hospedar o assassino após o crime; e os empresários Gláucio Alencar Pontes Carvalho e José de Alencar Miranda Carvalho, pai de Gláucio (presos no Comando Geral  da Polícia Militar), acusados de mandar matar Décio Sá.
Julgamento
Durante o julgamento, o assassino confessou negou ser pistoleiro e mudou o depoimento. Jhonathan Silva, disse que teria sido Marco Antônio, conhecido Neguinho Barrão, que o havia contratado e dirigido a motocicleta que deu fuga a ele na noite do cirme. O homem apontado como pelo pistoleiro como mandante e motorista está morto.
Ele confessou acertou o valor de R$ 100 mil pela morte de Décio, mas nunca recebeu o dinheiro. “Matei porque tinha acabado de sair da prisão, tava sem dinheiro e precisava alimentar meus filhos”, declarou. A esposa de Décio, Silvana Sá, que acompanhava o julgamento, riu ironicamente.
O assassino disse, ainda, que não conhecia nenhum dos outros envolvidos os quais já tinha delatado antes. “Eu não disse, não saiu da minha cabeça. Eu não conhecia essas pessoas, Raimundo Cutrim, não sabia do envolvimento dele com nada. Não conhecia Glaucio, não conhecia Bochecha, não conhecia ninguém. Tem isso que tinha partido deles o interesse de matar o tal do Décio”, falou.
O promotor Rodolfo Ribeiro contestou as declarações de Jhonathan, e afirmou que o réu não está colaborando com a Justiça. “Não faz sentido que o senhor saia daqui, vá para outra cidade, sem dinheiro, como o senhor disse que estava quando aceitou matar Décio por R$ 100 mil, se desloque para outra cidade e se hospede. É por isso que eu falo que se o senhor estivesse arrependido de fato, o senhor falaria agora. Quem está arrependido mostra arrependimento contribuindo. O senhor não está arrependido”, ressaltou.
Já Marcos Bruno negou ter participado da execução do jornalista. Ele disse que na hora do crime estava na Vila São José, sozinho, mesmo depois de já ter afirmado que participou do crime em depoimento à polícia. Ele alegou ter sido torturado para assinar o documento. “Eu me pergunto até hoje porque a polícia me prendeu. O dono da moto, coincidentemente, tem o nome de Marcos Bruno, mas não fui eu”, disse.
Fase de instrução
Nos meses de maio e junho do ano passado, após as audiências da fase de instrução, ficou decidido que 11 dos 12 acusados do assassinato do jornalista seriam levados a júri popular. O advogado Ronaldo Ribeiro, que trabalhava para os mandantes Gláucio Alencar e José Miranda, foi excluído do júri por falta de provas. No entanto, o promotor Haroldo de Brito disse que a polícia e o Ministério Público já possuem provas contra ele e devem indiciá-lo.
Noite do crime
Décio Sá foi assassinado com cinco tiros por volta de 23h de segunda-feira, 23 de abril de 2012, quando estava em um bar na Avenida Litorânea, na orla marítima de São Luís - um dos principais pontos de turismo e lazer da capital maranhense.
O jornalista, que era repórter da editoria de política do jornal O Estado do Maranhão há 17 anos, também publicava conteúdo independente por meio do Blog do Décio, um dos blogs mais acessados do estado na época.
Segundo o inquérito policial, Décio Sá deixou a redação por volta de 22h, pegou o carro e foi até o bar, onde teria pedido uma bebida e uma porção de caranguejo. Ele estava à espera de dois amigos e falava ao celular quando foi surpreendido pelo pistoleiro Jhonathan de Sousa Silva, que o atingiu com cinco tiros, três no tórax e dois na cabeça.
De acordo com informações da polícia, o jornalista foi morto porque teria publicado, no Blog do Décio, reportagem sobre o assassinato do empresário Fábio Brasil, o Júnior Foca, envolvido em uma trama de pistolagem com os integrantes de uma quadrilha encabeçada por Glaucio Alencar e José Miranda, suspeitos de praticar agiotagem junto a mais de 40 prefeituras no estado. Ele tinha 42 anos, era casado e tinha uma filha. Sua esposa, Silvana Sá, estava grávida quando o marido foi assassinado.
http://g1.globo.com/ma/

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