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sábado, novembro 01, 2014

Idoso escreve carta em papel de pão para americana com doença terminal


Rodrigo Martins
Do G1 Santos
Foto sem data mostra Brittany Maynard, que tem um câncer no cérebro e decidiu se mudar para Oregon e cometer suicídio assisitido  (Foto: AP Photo/Maynard Family)Brittany tem câncer no cérebro e pretende cometer suicídio assisitido (Foto: AP Photo/Maynard Family)
A situação da jovem norte-americana Brittany Maynard, de 29 anos, que está com uma doença terminal e, por isso, planeja a sua própria morte por meio de uma eutanásia assistida, tem atraído a atenção de muitas pessoas ao redor do mundo. A história comoveu um idoso de Praia Grande, no litoral de São Paulo. O pintor de paredes Gerino Teles Miranda, de 61 anos, escreveu uma carta de incentivo para a americana.
Idoso segura carta escrita em papel de pão para jovem americana (Foto: Rodrigo Nardelli/ G1)Idoso segura carta escrita em papel de pão para
jovem norte-americana (Foto: Rodrigo Nardelli/G1)
Miranda espera contribuir para que ela continue a sua luta contra um câncer no cérebro. Simples, o pintor escreveu a sua mensagem em um papel de pão. Porém, no intuito de que a carta chegasse até Brittany, ele procurou alguém que pudesse fazer a tradução de suas palavras para o Inglês. Um professor de línguas de um colégio especializado o auxiliou na tarefa.
Preocupado em ajudar a jovem, o idoso agora torce para que a mensagem seja entregue a Brittany. “Gostaria que essa carta chegasse até ela, para que essa moça continue lutando pela vida. A história dela pode ser um exemplo para muitas pessoas, no mundo inteiro”, diz.
O pintor destaca como ficou sabendo do caso e acredita que, apesar das dificuldades, ela pode superar as adversidades e lutar contra os prognósticos que preveem a sua morte em um prazo de seis meses. “Estava assistindo televisão e vi a história dela. Me comovi com essa luta e resolvi escrever uma mensagem de ânimo, conforto, esperança e fé. Nós, seres humanos, jamais podemos aniquilar a nossa fé. Enquanto há vida, há esperança”, afirma.
Brittany tinha marcado a eutanásia para este sábado (1º), mas gravou um vídeo durante a semana admitindo a possibilidade de rever a decisão. Gerino torce para que isso se confirme. “É isso que eu quero. Ela com certeza está sofrendo, mas quem sabe esse milagre não acontece com ela? Muita gente viveu situações difíceis e conseguiu se curar”, conclui o pintor de paredes.

Leia a carta escrita para Brittany:
"Todos os direitos poderão ser concedidos, exceto um: tomar a sua própria vida. Por mais difícil que seja, ninguém nunca vai ser capaz de ter poder sobre esta lei universal da vida. O valor de uma vida não pode ser medido, porque deveríamos conhecer o verdadeiro valor do universo, acabaria antes que eles descubram o seu verdadeiro valor. Já existe alguém que pode defender todas as ações que serão julgadas no futuro? Pense nisso! Jesus Cristo é a esperança e a fé, o milagre que está acima de tudo que parece impossível. Se creres, você já estará curada".
Brittany Maynard, ao lado de seu marido, em visita ao parque nacional Grand Canyon (Foto: Reprodução/Facebook/Brittany Maynard)Brittany e marido no parque nacional Grand Canyon
(Foto: Reprodução/Facebook/Brittany Maynard)
Entenda o caso
A americana Brittany Maynard, que tem câncer cerebral em estado terminal e anunciou que dará fim à sua vida, tem tido a sua história acompanhada com atenção nos Estados Unidos. A californiana, de 29 anos, se mudou para o Oregon porque o estado norte-americano permite o suicídio assistido para pacientes terminais, e ela está dedicando suas últimas semanas de vida a uma campanha para que outros que se veem diante de uma morte iminente possam usufruir do mesmo direito.
O seu caso tem feito com o que o suicídio assistido seja um dos assuntos mais discutidos naquele país nos últimos dias. Porém, a sua morte, que em um primeiro momento estava marcada para este sábado, deve ser adiada. Isso porque, na madrugada desta quinta-feira (30), Brittany divulgou um vídeo na internet em que diz que não tem mais certeza da data.
Ela afirma que as convulsões causadas pelo câncer incurável têm se tornado mais frequentes, mas que ainda se sente relativamente bem. Brittany esclarece que continua determinada a encerrar a própria vida, quando o sofrimento se tornar insuportável, e defende que todos os americanos com doenças terminais deveriam ter o chamado direito à morte com dignidade.
A jovem é recém-casada e, recentemente, esteve com o seu marido, mãe e padrasto visitando o Grand Canyon, um dos lugares que ela desejava conhecer antes de sua morte.

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