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domingo, maio 11, 2014

Irmãs adotam gêmeas e criam meninas em casas separadas

"Mãe não é quem faz, mas quem cria", já diz o ditado popular. Para as irmãs Ivonete e Maria Antônia Mendes a expressão é mais que verdadeira. Há um ano e seis meses elas acordam durante a madrugada para trocar fraldas e cuidar das gêmeas Maria Eduarda e Maria Julia, de 1 ano e 9 meses. Segundo Maria Antônia, a mãe biológica das gêmeas entregou as meninas aos três meses de idade para adoção porque não tinha condições financeiras para sustentar as crianças.
Ivonete Mendes com a filha Maria Eduarda (Foto: Gilcilente Araújo/G1)Ivonete Mendes com a filha Maria Eduarda
(Foto: Gilcilente Araújo/G1)
“Ela é uma jovem muito pobre. Ela passou por muitas dificuldades financeiras durante a gestação e contou com a ajuda dos vizinhos. Além disso, o pai das meninas abandonou a mãe durante a gravidez. Sem estrutura física e psicológica para criar as filhas, ela resolveu dar as duas para minha mãe, que também não tinha condições de sustentar as meninas e nos entregou”, contou Maria Antônia.
Maria Eduarda com a filha Maria Julia (Foto: Gilcilente Araújo/G1)Maria Eduarda com a filha Maria Julia
(Foto: Gilcilente Araújo/G1)
Segundo as mães adotivas, a única coisa que a jovem pediu foi que as filhas não perdessem a convivência e compartilhassem a infância juntas.
Maria Eduarda foi morar com a dona de casa Ivonete Mendes, 35 anos. Ela já tinha três filhos, mas sonhava em ter uma menina.“Eu sempre quis ser mãe de uma menina, mas fiquei com medo de arriscar uma quarta gravidez na busca por esta criança e acabar sendo mãe novamente de um menino, então resolvi fazer laqueadura e cuidar das sobrinhas. Nunca imaginei que depois de 13 anos teria meu sonho realizado. A Maria Eduarda é a princesa da casa e trouxe muita alegria para nossa família”, ressaltou a dona de casa.
Já a pequena Maria Julia foi morar com Maria Antônia, que também já tinha outros filhos. Ela trabalha como babá, mas sentia saudades de cuidar de um recém-nascido em sua residência. “É um pouco engraçado porque cuido de crianças na casas de outras pessoas, mas sentia falta de cuidar de um bebê dentro da minha casa e por isso não pensei muito quando minha mãe me perguntou se eu gostaria de criar a Julinha. Ela alegrou nossa casa porque meus filhos já são jovens”, afirmou Maria Antônia.

Apesar das gêmeas estarem sendo criadas em residências diferentes, Ivonete e Maria Antônia garantem que as meninas estão sempre juntas. Elas contaram que compram as roupas das crianças juntas e algumas iguais, além disso, fazem os mesmos passeios e pretendem matricular as meninas na mesma escola. As mães afirmam que assim que as crianças forem um pouco maior, irão contar para elas porque mesmo sendo irmãs vivem em residências diferentes.

“Acredito que elas já entendem que são gêmeas e assim que estiverem um pouco maior, vamos revelar o que aconteceu para que elas vivessem em casas diferentes. Não vamos esconder a verdade delas porque acreditamos que é um direito de nossas filhas saberem qual é a sua origem e se quiserem procurar a mãe biológica não seremos contra”, disse a dona de casa Ivonete Mendes.
Irmãs mora em casa diferentes mas mães afirmam que vão manter vínculo  (Foto: Gilcilente Araújo/G1)Irmãs moram em casa diferentes mas mães afirmam que vão manter vínculo (Foto: Gilcilente Araújo/G1)

As mães de criação revelaram que as meninas já foram registradas pela mãe biológica, entretanto, elas irão lutar na justiça pela guarda das crianças. “Queremos que elas tenham nosso sobrenome. Fomos atrás de informações para saber qual o procedimento para legalizar essa situação. O que a mãe dela fez pode até ser ilegal perante a justiça, contudo no nosso ponto de vista, ela fez um bem tanto para as meninas como para nós, pois se ela não tivesse dado as gêmeas para adoção, elas estariam sendo mal tratadas. Fomos abençoada com a convivência das nossas filhas”, finalizaram.
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