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sexta-feira, outubro 24, 2014

delegada é assassinada!


Alba Valéria MendonçaDo G1 Rio
O marido de Tatiene Damaris Sobrinho Damasceno Furtado, delegada adjunta da 36ª DP (Santa Cruz), que assumiu ter matado a mulher nesta quinta-feira (23), na Zona Oeste do Rio, disse aos policiais que estavam na casa onde o corpo foi encontrado que fez "uma besteira". A informação foi passada pelo delegado titular da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa.
A polícia acredita que o crime tenha sido premeditado, já que Alessandro Oliveira Furtado, de 39 anos, usou luvas o tempo todo. De acordo com Rivaldo Barbosa, ele tentou mudar cena do crime.
Segundo o delegado, Tatiene teria morrido entre 4 e 9h, mas seu marido só chamou a policia entre 12h e 13. Alessandro, que é estudante de Direito, contou inicialmente que encontrou a mulher morta quando voltou da faculdade, para onde foi depois de entregar a filha ao transporte que a levaria para a creche, por volta das 6h. "Na faculdade se apurou que foi a aula mais participativa que ele teve na vida", disse Rivaldo.
 Durante os primeiros relatos aos agentes, Alessandro afirmou que suspeitava que grupos criminosos teriam invadido a casa - o que fez a polícia ficar alerta sobre uma possível participação de milicianos no crime. Depois, afirmou que acreditava que se tratava de um latrocínio (roubo seguido de morte). "Só que os sinais de luta não eram compatíveis com o que se vê numa invasão", acrescentou o delegado.
Confissão
Ainda de acordo com Rivaldo, depois de levado para a Delegacia de Homicídios nesta quinta, Alessandro finalmente chamou um dos delegados que estavam na unidade e falou: “Doutor fiz uma besteira”, antes de admitir que estrangulou a mulher. O estudante falou que o casamento, que já durava 5 anos, não estava indo bem. Tinha apresentado os papéis do divórcio e que nesse momento, a delegada teria “se insurgido” contra ele. Alessandro afirma que a policial teria pego a arma e estaria com dedo no gatilho. "Se tivesse com dedo no gatilho, teria disparado e não foi disparado tiro algum", observa Rivaldo.
Ainda de acordo com Alessandro, o casal entrou, então, em luta corporal. A delegada, então, foi derrubada no chão e o estudante teria colocado um dos braços no pescoço e com o outro tentava desarmá-la. Nesse momento acabou matando Tatiene, que teve o corpo encontrado na cozinha, perto de um travesseiro. 
A polícia acredita que há ainda outras contradições no depoimento. Segundo o delegado da DH, está sendo investigado um suposto histórico de violência de Alessandro contra outras mulheres em outros relacionamentos. Uma amante do estudante foi ouvida na delegacia, mas não foi encontrada qualquer relação dela com o crime. Agentes também encontraram um emaranhado de fios, que pode ter sido usado para dar choques em Tatiene.
Alessandro foi indiciado por por homicídio qualificado por asfixia. Cerca de 200 policiais, entre delegados e agentes, participaram da investigação porque inicialmente se pensava que a morte da delegada foi fruto de um ataque de milicianos
Segundo a polícia, o corpo da policial não tinha marcas de tiros e nem facadas, apenas muitos hematomas, o que, de acordo com os investigadores, poderia indicar que ela lutou com o assassino antes de ser morta. O corpo de Tatiene Damaris será enterrado as 14h em Sulacap, na Zona Oeste.
Suspeita de vingança
A polícia chegou a pensar que, pelas caracaterísticas do homicídio, o crime poderia ser uma vingança, já que a área onde a delegada morava é dominada por milícias. Ainda segundo agentes da Polícia Civil, a Divisão de Homicídios convocou os delegados da região onde Tatiene foi encontrada morta para uma reunião em caráter emergencial.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que a Divisão de Homicídios instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte da delegada. Uma perícia foi realizada no local. Ainda de acordo com a nota, equipes da delegacia estavam em busca de testemunhas e imagens de câmeras de segurança da região que possam ajudar nas investigações.
Marido confessa assassinato de delegada em Realengo (RJ) - GNews (Foto: Reprodução/GloboNews)Marido confessa assassinato de delegada
(Foto: Reprodução/GloboNews)
Carreira
Tatiene entrou na Polícia Civil, em 2005, como papiloscopista. Em 2008, ela foi aprovada no cargo de delegado de polícia. A delegada trabalhou na 34ª DP (Bangu) e 35ª DP (Campo Grande) e, desde agosto desse ano, atuava como delegada assistente da 36ªDP (Santa Cruz). Todas as unidades ficam da Zona Oeste, região que concentra grupos de milicianos. Damaris trabalhou em investigações como a que apurou o rompimento de uma adutora na Zona Oeste em 2013.
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Delegada foi morta na Rua Lomas Valentinas, em Realengo (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)Delegada foi morta na Rua Lomas Valentinas, em Realengo (Foto: Fernanda Rouvenat/G1)

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